terça-feira, 17 de junho de 2014

Capacete usado pelo filho de Erasmo Carlos



Recentemente, a morte do músico Alexandre Pessoal, de 40 anos, filho do cantor e compositor Erasmo Carlos, chocou o país pela forma estúpida e talvez evitável. Erasmo declarou em entrevista na televisão que seu filho usava "um capacete de fibra, réplica dos [modelos] alemães da [2ª] Guerra, que não tinha a proteção adequada". Ainda na entrevista, o músico enfatiza a necessidade de se "usar capacete que garanta a proteção em caso de acidente".

Alexandre Pessoal fez uma escolha errada, isto ninguém discute. Porém, é ampla a oferta de capacetes que não atendem às normas de proteção -- como o tipo "coquinho", modelo semiaberto como o que o músico usava. Para combater a popularidade desse tipo de equipamento, a Associação dos Motociclistas da Bahia (AMO-BA) criou uma campanha contra seu uso.

Mas a responsabilidade também deve recair sobre fabricantes e comerciantes, que parecem não ter a preocupação com a vida alheia. Basta procurar em estandes de encontros de motos e mesmo em lojas de acessórios para conseguir comprar um desses cascos inseguros. O mesmo acontece no comércio digital, ainda que alguns sites avisem que o produto não possui selo do Inmetro -- o órgão certifica os capacetes no Brasil quanto à segurança.

FORA DA LEI


Para que um capacete seja comercializado no país, deve atender as exigências da norma brasileira NBR 7471 e ter o selo do Inmetro.


Associação dos Motociclistas da Bahia lançou campanha contra o uso do modelo.

Pode parecer apenas uma questão burocrática, mas, na prática, a norma exige que o capacete "tenha uma camada de poliestireno expansível (isopor) que fornece a proteção à calota craniana, responsável pela absorção dos impactos" (leia a íntegra da resolução no site oficial do Denatran).


Foi justamente pela ausência desta proteção que o capacete usado pelo músico não impediu o traumatismo craniano no acidente.

MUDAR É PRECISO

Voltando aos comerciantes que comercializam esse tipo de capacete, é fundamental que revejam seus conceitos. Quando um motociclista perde sua vida em um acidente, ocorre um desgaste da imagem da motocicleta junto a parentes e amigos. Se a vítima é famosa, a escala do desgaste é ainda maior.

O resultado, claro, é uma queda nas vendas de motos e equipamentos de segurança. Parece óbvio, mas se alguns empresários não pensam na saúde de seus clientes, deveriam pelo menos pensar na saúde financeira do segmento.

Cicero Lima é especialista em motos e motociclistas

Fonte: carros.uol.com.br


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